SUTRA DO LÓTUS - Capítulo XVI
O foco deste capítulo é a infinita e benevolente sabedoria de Buda. Ele vê como diferentes pessoas são capazes de entender suas palavras, e ensina a todos da forma que melhor se adapte a seus estados de preparação. Como um pai de muitas crianças, seu desejo para o bem-estar delas é profundo e resoluto. Se o seu mode de ensinar muda, esta atitude é a mesma de um pai que se adapta às personalidades de seus filhos.O Sutra do Lótus é o primeiro Sutra que mostrou a ideia de Buda não como um ser existente num período especial da história, mas, ao contrário, como alguém com uma vida incalculavelmente longa. Este capítulo revela a eterna e infindável vida de Buda ao leitor. A natureza de Buda significa que houve um instante no qual começou e, uma vez começada, sua existência é interminável. A ideia do ponto de partida é muito importante para um entendimento da filosofia budista. Assim como Shakamuni Buda começou seu estado de iluminação, é possível a qualquer pessoa imaginar-se começando, como ele fez, de um dado momento do tempo. Mais uma vez, o sentido de distância intransponível a situação de Buda e seus seguidores está afetada. Qualquer pessoa pode começar de onde Buda começou e alcançar a iluminação que ele alcançou.
No capítulo XVI, a atitude de Buda para com os seguidores e para com o amplo auditório é a do dirigente pai, com seus filhos. Ele cuida dos filhos, mesmo que estes não apreciem ou não entendam o que ele está fazendo. A parte de prosa deste capítulo contém uma parábola de médico, que encontra um meio de curar seus filhos quando estes estão confusos sem saber o que é bom para eles próprios, devido às suas enfermidades. Embora somente uma breve referência seja feita a esse assunto na seção de verso e incluída no Sutra azul, esse sentido de vigilância paternal é apresentado com muita força nesse capítulo. O capítulo talvez se contraste com o capítulo XX, no qual é narrada uma história relativa a Buda antes de ele alcançar a completa iluminação, e onde ele aparece como um irmão mais velho, um investigador mais experiente, no mesmo caminho que os leitores do Sutra.
Jornal 133 - 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário